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Síndrome de Asperger: Diferença ou deficiência?

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A síndrome de Asperger, ou transtorno de Asperger, é um transtorno global do desenvolvimento (TGD). Uma condição neurológica da família do autismo que se caracteriza pela presença de dificuldades nas interações sociais e na comunicação não verbal.
Pode ser chamada também de “Transtorno de aspectro autista”, de grau leve. É diferente dos outros níveis do autismo, pois o portador da síndrome consegue se desenvolver normalmente no quesito linguagem e cognição. O autismo tem três níveis, sendo o primeiro o mais leve e o terceiro o mais severo.

O transtorno começa na infância e é perceptível até os 3 anos. As características iniciais que podem servir de alarme para a existência dessa condição é linguagem típica ou excêntrica e ser fisicamente desajeitado. Com o desenvolvimento e o crescimento da criança, as características específicas da síndrome de Asperger podem ir amenizando.

É comum também que os pais dos portadores possuam características que se assemelham com a síndrome, sem pertencer efetivamente ao grupo dos autistas. Esse fenômeno é conhecido como Fenótipo Ampliado do Autismo (FAA).

Muitos médicos e estudiosos enfatizam que o portador da síndrome de Asperger não pode ser tratado como alguém que tenha deficiência e sim como um indivíduo que possui diferença. Os portadores apresentam habilidades incomuns, e são curiosos por temas específicos.

Eles podem apresentar uma dificuldade na sua memória imediata, no controle dos seus próprios impulsos e no entendimento sobre si mesmo diante do mundo. Há também deficiência na compreensão de pensamentos complexos, crenças, desejos e intenções de outras pessoas.

Origem

O nome da síndrome foi dado por causa de um pediatra austríaco. Hans Asperger estudou, em 1944, crianças que demonstravam uma falta de habilidade na linguagem não verbal, físico desajeitado e, ao mesmo tempo, dificuldade em demonstrar empatia aos seus próximos.

Causa da Síndrome de Asperger

Ainda não existe uma causa específica para a síndrome. Apesar de existir pesquisas que indicam bases hereditárias, não existe uma causa genética conhecida e nem resultados claros após técnicas de mapeamento cerebral.

Pode-se afirmar que se trata de uma condição neuropsicológica que altera o desenvolvimento cerebral. Provavelmente esses efeitos que são causados no cérebro acontecem logo após a fecundação.

Uma migração diferente de células embrionárias no processo de desenvolvimento do feto pode alterar de forma definitiva a estrutura do cérebro e os seus circuitos nervosos. O resultado disso é a modificação do pensamento e comportamento do indivíduo.

Muitos apontam o comportamento, às vezes rude, do portador da síndrome de Asperger como falta de educação ou mau criação pela família, mas isso não tem nada a ver, são efeitos da síndrome.  É também um transtorno neurobiológico, mas ainda há um esforço através de estudos e pesquisas para achar as causas exatas.

Tratamentos para Síndrome de Asperger

Não há um tratamento efetivo para a síndrome. Os seus resultados ainda são limitados. As alternativas de tratamento médico são, na verdade, para amenizar alguns sintomas e melhorar as habilidades do portador.

As formas de métodos paliativos são diferentes de acordo com a pessoa e os sintomas que apresenta. A mais comum é a Terapia Comportamental que auxilia os déficits específicos da comunicação, dos movimentos desajeitados e as rotinas obsessivas.

Veja abaixo algumas medidas que são tomadas para o auxílio no tratamento da síndrome de Asperger:

  • Psicoterapia comportamental;
  • Terapia cognitiva para crianças mais velhas;
  • Intervenções educativas especializadas;
  • Treinamento de habilidades sociais;
  • Medicamentos;
  • Treinamento de integração social para crianças mais novas.

Sintomas da Síndrome de Asperger (SA)

O portador da síndrome de Asperger demonstra logo cedo um desajeito corporal e uma forma de linguagem excêntrica. Até os 3 anos ele desenvolve outros sintomas da SA, como gostos excêntricos e curiosidade específica sobre determinado assunto (se ele gosta de insetos, por exemplo, só falará sobre isso).

Síndrome de Asperger

A criança pode apresentar outros sintomas:

  • Movimentos e estranhos;
  • Inexistência de senso comum;
  • Dificuldade com interação social;
  • Problema com leitura, escrita e matemática;
  • Preferência por temas complexos;
  • Conversas que giram em torno de si mesmo;
  • Habilidade ou talento específico (como memorização);
  • Comportamentos repetitivos e excêntricos;
  • Rituais incomuns;

Ocasionalmente, a criança com a síndrome de Asperger melhora os sintomas com o decorrer do tempo, mas existem casos de adultos que mantem os sintomas com a mesma gravidade de quando eram mais novos.

O adulto portador tem dificuldade de lidar com outros adultos e prefere o relacionamento com outras crianças. Costuma-se notar um comportamento imaturo, quase ingênuo.

Como diferenciar do autismo?

A principal diferença é que o portador da síndrome de Asperger tem a probabilidade de se tornar um ser humano independente e manter uma vida normal.

Outros aspectos capazes de diferenciá-los dos autistas são:

  • É mais frequente nos meninos;
  • Distraem-se com facilidade;
  • A dificuldade que tem no aprendizado não tem nada a ver com a sua capacidade intelectual;
  • Tendem a estar mais dispersos;
  • Sentem vontade de criar amizades apesar da dificuldade de comunicação e relacionamento;
  • Enquanto que o autismo é diagnosticado com meses, o portador da síndrome só apresenta todos os sintomas até os 3 anos.

Meu filho foi diagnosticado com SA, e agora?

Assim que conseguem o diagnóstico, os pais de crianças portadoras da síndrome de Asperger ficam desesperados, principalmente com a forma de tratamento que deverão ter a partir de então.

A primeira coisa que precisa se ter em mente é que dá para viver bem mesmo com algumas diferenças que a síndrome causa.

Apesar das limitações na comunicação, muitos adultos com a síndrome de Asperger conseguem se inserir na sociedade realizando tarefas comuns, como se inscrever e cursar uma graduação ou ter uma profissão.

As recomendações para o trato com essas crianças se assemelha com o de crianças portadoras de autismo:

  • Respeitar (e ter paciência com) o seu tempo de evolução;
  • Conversar de forma clara;
  • Estimular a comunicação com outras pessoas;
  • Tentar introduzir novos interesses explorando os assuntos que já lhe chamam atenção.
  • Procurar por programas que atendam as necessidades específicas do seu filho;
  • Explicar e ensinar ao seu filho sobre os métodos de autoajuda, isso o ajudará a criar independência;
  • Se insira em programas educacionais e de formação para pais;
  • É vital que haja um acompanhamento e orientação de um especialista, já que para conseguir auxiliar seu filho é necessário que se esteja bem apoiado.

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